A ideia deste almanaque é criar conexões entre os trabalhos desse artista, sua realidade e nosso contexto cultural, social e político. É também um convite para que vocês, nossas leitoras e nossos leitores, conversem com seus amigos e amigas, parentes, colegas da escola ou do seu bairro, sobre como as relações entre a vida e a obra de Ai Weiwei, podem nos ajudar a refletir sobre nossas histórias e raízes.
Nascido em 1957, em Pequim (China), Ai Weiwei cresceu e foi criado em meio às fortes transformações políticas e sociais implementadas após a proclamação da República Popular da China (1949), sob a liderança de Mao Tse-Tung, que instala um governo ditatorial marcado pela limitação das liberdades de expressão e a perseguição aos opositores, sobretudo os intelectuais, o que tem consequências diretas na vida da família de Ai Weiwei e no seu trabalho como artista.
A crise de refugiados, questões ambientais, conflitos com o governo chinês, selfies, situações de perda de liberdade, o papel do artista perante causas políticas e sociais, ícones da história da arte e uma recente imersão no Brasil são alguns dos temas presentes na exposição, em que adentramos o universo de criação e ativismo de Ai Weiwei, considerado um dos artistas mais influentes da atualidade.
Para a exposição Raiz Ai Weiwei, o artista viajou por diferentes cidades brasileiras, nas quais trabalhou com artesãos, conhecendo a diversidade de tradições manuais e a riqueza de materiais utilizados em cada local. A partir dessa pesquisa, buscou produzir obras que conjugassem as raízes culturais chinesas e as raízes ancestrais brasileiras.